Noticia: Mosaicos romanos reforçam “Setúbal no mapa do turismo cultural”

>> quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Os mosaicos romanos descobertos pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) nas ruas Joaquim Granjo e Arronches Junqueiro, em Setúbal, vão ajudar a “reforçar a posição da cidade no mapa do turismo cultural”. De acordo com o arqueólogo Carlos Tavares da Silva, ambos os mosaicos, entretanto apresentados num congresso internacional realizado na Turquia, “são os primeiros vestígios de verdadeiras vivendas da época romana de Cetóbriga”, confirmando assim as hipóteses que davam conta de que a cidade, no século I a V d.C., se dividia em área residencial e numa área mais fabril, ligada à salga de peixe.

Os pavimentos encontrados, que “deixam a descoberto a hipótese de a colina de Santa Maria ter sido uma área residencial durante a época romana”, criam, segundo o arqueólogo, “novas questões, alertando para o eventual aparecimento de mais vestígios desta natureza”. Por isso, Carlos Tavares da Silva considera que os vestígios encontrados, em Maio passado, são “extremamente importantes, pois podem contribuir para uma maior valorização do património cultural, à semelhança do que acontece em países como a própria Turquia que, apesar de menos desenvolvidos, estão mais avançados nestas questões”.

O teor da comunicação apresentada pelo arqueólogo e por Joaquina Soares, directora do MAEDS, no XI Congresso Internacional para a Conservação de Mosaicos, na Turquia, assentou numa “contextualização arqueológica dos vestígios arqueológicos e numa descrição das estruturas onde estes apareceram”. Relativamente às escavações que o museu de arqueologia e etnografia tem desencadeado, na rua Joaquim Granjo, Carlos Tavares da Silva explica que, actualmente, está a ser feito “um trabalho minucioso de escavação em profundidade, que requer uma metodologia fina para que se possa realmente compreender as ocupações nessa rua”.

“São descobertas extremamente importantes, dado que existem vestígios arqueológicos que começam no Bronze final e terminam na Idade Média”, explica o arqueólogo, que destaca o facto de a autarquia ter “alugado o espaço para que as escavações prossigam”. A ideia passa, por isso, “por musealizar aquela área, tornando-a pública”. O mosaico da Arronches Junqueiro, pertencente “a uma dómus, casa rica do período romano”, já teve o mesmo destino, dado que a dona do edifício “ficou extremamente sensibilizada com a descoberta”. “Actualmente, aquele mosaico está iluminado e já possui uma estrutura em vidro”, conclui Carlos Tavares da Silva.

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