Noticia: Famalicão, Descoberta fundição de sinos do séc. XVIII

>> terça-feira, 4 de maio de 2010

Um grupo de arqueólogos dos serviços de arqueologia da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão descobriram um fosso de fundição de sinos da segunda metade do século XVIII, no local onde está a ser construído o novo Centro Social e Paroquial de Requião.

As evidências encontradas apontam para a presença de uma actividade artesanal relacionada com a fundição de um sino de bronze, nomeadamente um fosso de fundição.
O achado arqueológico foi registado depois de os serviços municipais terem sido chamados ao local junto à igreja de S. Silvestre.
Numa primeira fase, esteve na mesa a hipótese de se tratar de um primitivo mosteiro, anexo à igreja. No entanto, «a forma como se direccionaram os trabalhos levou também à descoberta inesperada de um fosso de fundição de sinos», conforme explica Felisbela Leite, responsável pelos serviços de arqueologia da autarquia. 
«Um fosso de fundição de sinos corresponde a uma técnica tradicional de fazer sinos, em que é realizada uma abertura no solo, estruturada interiormente, na qual era colocado um molde, que depois de preenchido por bronze, fundido a altas temperaturas, dava origem a um sino», sublinha a responsável.
A autarquia espera agora obter mais informações sobre a descoberta, nomeadamente nomeadamente «a data precisa da fundição; o tipo de combustível usado no processo; a percentagem de metais usada na constituição da liga de bronze; a dimensão; o peso; o tom sonoro emitido pelo sino e a existência, ou não, de uma relação do sino aí fundido com os demais ainda hoje existentes na torre sineira da Igreja». 
Para Felisbela Leite, a existência de um fosso de fundição em Requião representa «um aspecto pouco frequente, no qual a feitura do sino acontecia fora da oficina». «O fundidor tentava assim reduzir o risco de fractura do sino, implicado no transporte do mesmo, desde a oficina até ao local da encomenda. A crise, que por vezes afectava o sector, poderia ser também um dos motivos que obrigavam o fundidor à itinerância, oferecendo os seus préstimos porta-a-porta», explica. 

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