Noticia: Novo modelo de gestão de museus será testado no de Arte Popular

>> quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

No Museu de Arte Popular, que deverá reabrir durante este ano em Lisboa, irá “ser experimentado um modelo de gestão que poderá depois ser estendido a outros museus”, disse ao PÚBLICO a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

“Queremos encontrar modelos de gestão participados que envolvam a sociedade civil, agentes privados e outras formas de participação cultural/cívica”, explicou Gabriela Canavilhas no final da cerimónia de tomada de posse, hoje, dos novos dirigentes de organismos do Ministério da Cultura.

O projecto para o museu prevê uma “releitura do velho Museu de Arte Popular contando ao século XXI o que foi a Exposição do Mundo Português [em 1940], da qual o edifício é o único sobrevivente”, acrescentou o secretário de Estado Elísio Summavielle. A ideia é que haja “o envolvimento de agentes privados” e um aproveitamento “quer do artesanato quer da componente gastronómica” num museu que, segundo Summavielle, “não deveria abrir às nove e fechar às cinco, mas talvez abrir ao meio-dia e funcionar pela noite fora”.

Quanto ao Museu dos Coches, os dois dirigentes garantiram que as obras vão ser lançadas no final de Janeiro. “Os serviços [ligados à Arqueologia e que ainda se encontram no local onde será construído o novo museu, na Avenida da Índia] vão sair por volta do dia 20 e no fim do mês o espaço estará devoluto para se iniciar a construção”, disse Summavielle. Relativamente ao anunciado novo Museu da Língua e da Viagem (nome ainda não oficial), Gabriela Canavilhas não revela por enquanto mais nada, mas afirma que existem “planos extraordinários”.

No seu discurso nas tomadas de posse, a ministra referiu-se ao património, sublinhando a necessidade de “romper com modelos obsoletos de gestão patrimonial” e de haver “abertura a novas formas de contratualização e co-responsabilização”. E anunciou a criação de um Observatório do Património, assim como a elaboração de um “plano estratégico para os museus e palácios nacionais”.

Canavilhas considerou que “os desafios mais difíceis – por envolverem meios financeiros mais avultados e obrigarem a revisões normativas – serão os que se referem ao ICA [Instituto do Cinema e do Audiovisual]. Reconhecendo que este é um sector que “depende do investimento financeiro para se desenvolver”, defende no entanto a necessidade de “encarar esta temática com coragem e determinação com vista a encontrar estratégias eficazes que permitam uma melhor rentabilização do investimento que já é feito no sector”. Se é verdade que falta investimento, disse, “falta também uma auto-análise desassombrada e corajosa que nos ajude a participar na revitalização do sector”.

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