Noticia: Obras de arte roubadas postas à venda na Internet

>> domingo, 28 de março de 2010


Obras de arte roubadas postas à venda na Internet

Polícia Judiciária admite a existência em Portugal de grupos que furtam obras de arte para as colocar no estrangeiro.
Estatuetas, armaduras, moedas… uma simples consulta através de um motor de busca na Internet permite comprar peças com elevado valor arqueológico. Um machado da Idade do Bronze, presumivelmente com mais de três mil anos e apresentado como uma "raridade" encontrada "algures no Baixo Alentejo", esteve à venda por 10 mil euros num site de leilões, onde era igualmente possível licitar uma ânfora romana ou uma moeda de ouro árabe.
Admitindo que estas transacções "podem ter enquadramento legal" se se tratar, por exemplo, de peças pertencentes a colecções particulares, uma fonte do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico reco-nhece que existem "diversas suspeitas" quanto à autenticidade das peças e à sua proveniência.
Suspeitas que o responsável da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária (PJ) corrobora. José Brás, ao DN, admitiu a existência de "grupos organizados" que se dedicam ao furto de objectos de elevado valor histórico e artístico, tendo sido iniciada a investigação na sequência de vários furtos ocorridos em diversos monumentos: fontes históricas, residências particulares e o Museu da Cidade de Lisboa, entre outros.
No âmbito deste processo, que contou com o envolvimento da Guarda Civil espanhola, a PJ procedeu à detenção de um suspeito, no Alentejo, que aguarda julgamento em prisão domiciliária. "Espanha é o principal destino de peças de valor histórico e cultural", reconhece o responsável da Judiciária, organismo que em colaboração com as autoridades espanholas localizou recentemente em comerciantes e antiquários do Sul de Espanha "bens culturais com valor histórico e artístico furtados em diversas localidades do território nacional". Entre estes objectos incluem-se quatro bustos de pedra originários do Museu da Cidade de Lisboa, duas imagens de Elfos levadas da Fonte da Boneca, em Portalegre, dois bustos em pedra datados do século XVII, que desapareceram do interior de uma quinta em Seia, e um brasão roubado de uma residência no Estoril.
Segundo José Brás, estão a operar no País diversos "grupos organizados que se dedicam a este tipo de crimes, dilapidando o erário público e colecções particulares". Segundo explicou, as investigações prosseguem para "localizar e deter" os outros membros do grupo dedicados ao furto e comercialização de arte na Internet e em antiquários. Alguns desses objectos estão no estrangeiro.

http://dn.sapo.pt 

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