Noticia: Monumentos de Castro Marim poderão ser classificados em conjunto

>> sábado, 11 de setembro de 2010

A Câmara Municipal de Castro Marim avalia a possibilidade de vir a classificar todo o conjunto patrimonial da sede de concelho assim que estiver terminada a obra de requalificação do castelo, cujo projeto deverá conhecer luz verde no início de 2011.
Em declarações ao «barlavento», à margem da inauguração da 13ª edição dos Dias Medievais em Castro Marim, o autarca José Estevens disse que a ideia ainda não foi comunicada ao Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (Igespar), mas será «assunto para os próximos encontros de trabalho».

«Além de termos o Forte de São Sebastião requalificado e salvo de uma situação de quase ruína, foi também feita uma grande intervenção no Revelim de Santo António e preparamo-nos agora para avançar com as obras do castelo», observou o edil.
Por esta razão, José Estevens já fala na possibilidade de classificar a praça-forte de Castro Marim, «com a totalidade dos seus elementos, incluindo eventualmente a Bateria do Registo, a Cerca Seiscentista e tudo aquilo que está intra-muralhas».
Quanto à intervenção no castelo, estão neste momento resolvidos quase todos os aspetos relacionados com a reconstituição do modelo original do monumento, visto ser intenção da autarquia devolver ao imóvel a antiga porta lateral nascente encerrada no século XVII e que constituirá um dos acessos à igreja de Santiago.
«Estamos a trabalhar o desenho e a adaptar o projeto, por isso estou convencido que em meados do próximo ano teremos condições de lançar o concurso para a obra», revelou o autarca ao «barlavento».
Quanto a valores, Estevens diz que a obra nunca custará menos de sete milhões e meio de euros, mas garante que a Câmara dispõe de algumas verbas para a levar por diante.

Apesar de não se prever que o Igespar, através do Ministério da Cultura, venha a financiar a intervenção, a autarquia destaca a «disponibilidade e a boa vontade» do organismo público «na avaliação e desenvolvimento dos projetos».
Além das muralhas propriamente ditas, os trabalhos no castelo prevêem a valorização dos ambientes interiores, a requalificação da encosta, bem como a valorização da muralha.

A criação de um Centro de Interpretação da Ordem de Cristo – ordem militar que teve a sua primeira sede em Castro Marim e foi uma herdeira dos Templários – é outras das obras em carteira para aquele espaço.
«É uma intervenção muito grande que começa no anel circundante exterior e se estende ao interior, incidindo sobre uma vasta área», exemplifica o presidente da Câmara, que diz pretender terminar o seu último mandato «cumprindo» a requalificação total do património histórico da vila de Castro Marim.
Apesar de o castelo de Castro Marim estar classificado como momento nacional desde 1910, o Forte de São Sebastião ainda se encontra em vias de classificação pelo Ministério da Cultura, desde 1997, tendo mesmo sido apontado pelo jornal «Público» como um dos imóveis que corria o risco de ver o processo arquivado no próximo ano.
Confrontado com esta questão, José Estevens relaciona-a com «a lentidão» da administração central, mas acredita que o processo se resolverá a tempo.
Na mesma linha, diz não ser necessário atribuir ao forte o estatuto de monumento de interesse municipal, dado já estar a correr «um processo de classificação superior».

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