Noticia: IGESPAR dá autorização para prosseguirem obras no Parque Central do Cartaxo

>> sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Câmara Municipal do Cartaxo já tem autorização do IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico para avançar com parte da obra de construção do Parque Central do Cartaxo junto ao edifício dos paços do concelho. Falta apenas autorização daquela entidade para a zona central do local que, segundo o vice-presidente do município, Paulo Varanda, deverá acontecer “ainda durante o mês de Agosto”.
O autarca referiu ainda, durante uma visita “informal” ao local da obra, que, segundo o IGESPAR, os objectos encontrados nas escavações arqueológicas não têm relevância histórica suficiente para mandar suspender a empreitada. Já existe autorização para deitar abaixo a parte dos muretes que resta do antigo Convento do Espírito Santo, da Ordem de São Francisco – edificado em 1526 e destruído em 1836 -, e as fundações do antigo edifício dos paços do concelho destruído num incêndio em 1970.
Paulo Varanda não coloca de parte a hipótese de serem criadas estruturas, em azulejo ou a três dimensões para que fique assinalado o que estava no local antes da obra. Durante as escavações foram encontrados vestígios de ossadas humanas, de aves, suínos, vacas, restos de comida e cerâmica vidrada. “Encontramos também vestígios que indicam que, eventualmente, existiu no local uma nora uma vez que encontramos os alcatruzes intactos”, explicou Paulo Varanda.
O eleito do Bloco de Esquerda na assembleia municipal, Pedro Mendonça, não escondeu o seu desagrado pelo facto do vice-presidente não apresentar relatórios finais da empresa responsável pelos trabalhos arqueológicos (Era Arqueologia) e do IGESPAR. Pedro Mendonça lamentou ainda o facto da visita ser feita sem a presença de técnicos ou arqueólogos.
“Sinto-me um figurante numa farsa ou comédia de muito mau gosto. Marcam uma visita em pleno mês de Agosto e depois chegamos aqui e temos apenas o senhor vice-presidente a falar como se fizesse parte de um espectáculo em que é o único actor. Esta visita deveria ser acompanhada por técnicos da obra ou um arqueólogo que nos explique as coisas. Apesar de não ter relatórios a obra vai continuar?”, interroga Pedro Mendonça.
Paulo Varanda justificou que os relatórios finais ainda não estão concluídos e assim que isso acontecer serão tornados públicos. “Os relatórios só estão terminados quando são validados pela administração da Era Arqueologia e posteriormente pela empresa municipal Rumo 2020, o que ainda não aconteceu. Queremos que a informação seja fidedigna, por isso só apresentaremos os relatórios quando estiverem concluídos”, explicou acrescentando que a conclusão da obra está prevista para “meados de 2011”.
O deputado à assembleia municipal e à Assembleia da República eleito pelo PSD, Vasco Cunha, também visitou a obra e referiu que os autarcas, enquanto representantes da população, devem ter noção do que está a ser feito. “Continuo é a achar que esta obra não era urgente para o Cartaxo, existem outras obras mais importantes”, reflecte.
O vereador social-democrata Paulo Neves disse a O MIRANTE que o “mais importante que os cartaxeiros precisam saber é a data de conclusão da obra que já se arrasta há muito tempo. Os comerciantes da rua Batalhoz não podem esperar mais e são os mais prejudicados com esta obra”, referiu.

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